3. Alguns Aspectos da Automação de Métodos Analíticos

3.1. Confiabilidade dos resultados.

As decisões tomadas ao longo do desenvolvimento de um projeto experimental são baseadas na análise e interpretação de dados experimentais, portanto a confiabilidade dos resultados experimentais é fundamental.

Em se tratando de resultados experimentais não se pode falar de 100% de certeza pois toda medida experimental está sujeita e erros de várias fontes, ou seja é um valor estocástico.

O tratamento estatístico permite definir os limites de confiabilidade dos resultados para que as interpretações possam ser feitas dentro de limites de segurança.

A aquisição eletrônica de dados aumenta o volume de dados experimentais, elimina a fonte de erros associada ao registro e à transcriçÂão de dados experimentais, além de agilizar o tratamento estatísticos dos mesmos.

3.2. Produtividade & Custos

A automação aumenta o número de amostras que podem ser analisadas, o número de replicatas por amostra e o número de analitos que podem ser determinados por amostra. Isso tudo melhora a capacidade de diagnóstico do problema que está sendo estudado.

3.3. Baixas Concentrações

Particularmente na área ambiental, a automação é de grande valia nas etapas de amostragem em campo, pré-tratamento da amostra e no desenvolvimento de métodos mais sensíveis, com menores Limites de Detecção .

3.4. Novas Reações

Os analisadores automáticos permitem o uso de reações colorimétricas que são incompletas ou que resultam em produtos cujas estabilidades são inadequadas para medidas manuais. Similarmente, as técnicas de separação, tais como a extração por solventes ou diálise, nas quais as recuperações dos analitos são incompletas, ainda são possíveis se forem usados sistemas automatizados. Em ambos os exemplos, a alta reprodutibilidade de sequências operacionais no tempo assegura que as amostras e os padrões sejam processados exatamente do mesmo modo por exatamente o mesmo tempo. Skoog, 2002

3.5. Caixas Pretas

Em decorrência das tecnologias proprietárias nos sistemas automatizados para laboratório, não é incomum encontrarmos equipamentos subutilizados, usando uma pequena parcela dos recursos disponíveis ou até mesmo inoperantes, como resultado do chamado sucateamento programado, pela interrupção na produção de um determinado modelo e seus acessórios ou mesmo na incompatibilidade do software de controle com novas versões do sistema operacional.

3.6. Aspectos Sociais

A automação visa reduzir a intervenção humana na etapa operacional do processo analítico, por isso é recomendável que os analistas adquiram mais alguns conhecimentos sobre informática e estatística para que não se tornem meros executores de tarefas.

Os conhecimentos em informática serão úteis para tirar maior proveito dos recursos disponívies nos programas de controle dos equipamentos.

Algumas noções de eletrônica, serão de grande valia para entender os princípios de funcionamento adquirindo mais segurança na operação e eventualmente identificando a(s) fonte(s) de eventuais falhas.

E finalmente o conhecimento de algumas ferramentas estatísticas será útil para a manipulação do maior número de dados disponibilizados pelos métodos automatizados.

No contexto social a automação demanda reciclagem de conhecimentos.

3.6.1. Resistências à Automação

A resistência à automação pode ter várias motivações:

  • medo de maiores complicações na rotina de trabalho

  • acomodação diante do esforço de reciclagem

  • frustação por experiências de automação mal sucedidas

3.7. Alternativas para Automação

  • Compra de uma solução completa.

  • Adaptações em sistemas comerciais

  • Desenvolvimento em laboratório de sistemas automatizados, ou seja, Faça Você Mesmo (em inglês, Do It Yourself).

3.8. Objetivos da Automação em Laboratório

  • Processar maior número de amostras (reduzir custos).

  • Determinação de vários componentes na mesma amostra.

  • Reduzir a intervenção humana na manipulação da amostra e reagentes, aumentando a segurança do processo, reduzindo erros e aumentando a precisão.

  • Aumentar o controle do processo.

  • Reduzir o consumo de amostras e reagentes.